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Governo Lula faz da crise no RS uma ‘oportunidade política’, critica Estadão

Jornal afirma que ao decidir importar arroz sem necessidade domercado nacional, petista regrediu aos anos 1980

Ao anunciar a importação de mais de 1 tonelada de arroz sem que haja necessidade no mercado nacional, o governo Lula (PT) faz da crise no Rio Grande do Sul “uma oportunidade política”. A medida do presidente da República foi criticada no editorial de opinião do jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira, 29. Segundo o texto, o petista resolveu agir porque foi tomado de saudade do controle artificial de preços nos anos 1980.

Antes de resolver dar uma volta ao passado, Lula da Silva disse que ficou “nervoso” e “um pouco irritado” com o avanço dos preços do arroz nos supermercados. 

Estadão lembra que a momentânea escassez de arroz nas gôndolas foi um problema momentâneo, fruto do pânico de parte da população, das barreiras em estradas e das dificuldades para emissão de notas fiscais no auge das inundações. 

“Todas as questões já foram sanadas”, ressaltou o jornal. “Ademais, quase toda a safra gaúcha já havia sido colhida antes das chuvas, e a própria Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já havia apontado que a produção deste ano iria superar a do ano passado em mais de 600 mil toneladas. Havia excedente, inclusive, para exportar o grão para outros mercados”, esclareceu a publicação.

Segundo o editorial, apesar de os próprios produtores mostrarem que não é preciso importar arroz para abastecer o mercado do país, o governo federal, movido por “voluntarismo e interesses eleitoreiros”, não poderia permanecer inerte.

Lula destinou R$ 6,7 bilhões à Conab e autorizou a estatal a fazer o trâmite por completo: da importação à venda do produto aos supermercados.

“Com essa decisão tresloucada, o Executivo fez os preços do arroz dispararem 30%”, disse o jornal.

‘Falta pudor ao governo federal’

Primeiro, o governo elevou artificialmente a demanda do produto ao anunciar que faria leilões públicos para comprar o equivalente a 10% do consumo anual brasileiro. Depois, o anunciou a isenção do imposto, até o fim do ano, da importação sobre o arroz produzido em países do Mercosul — isso tudo sem ao menos estabelecer uma cota.

Nem o apelo dos produtores de arroz do Rio Grande do Sul, que poderão ser prejudicados pela ação de Lula, fez o Ministério da Agricultura recuar.

Estadão enfatiza que, diante de todo o cenário, é possível  saber que não faltará arroz no mercado. Porém, “falta muito pudor ao governo federal”.

Fonte: Revista Oeste

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