A Bolsa, o dólar e os juros foram afetados pelas falas do ministro da Fazenda em um evento no Santander e por uma coletiva convocada
O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Ibovespa, caiu 1,73% nesta sexta-feira, 7, chegando à mínima de 120.767 pontos, pior resultado dos últimos seis meses, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O Ibovespa já vinha operando no vermelho desde a abertura, refletindo a aversão ao risco do mercado internacional, e aprofundou as perdas no meio da tarde, com as falas do ministro Haddad sobre a mudança da meta de inflação para o próximo ano, que aumentaram a preocupação do mercado com a questão fiscal no país.
A cotação do dólar também foi afetada e a moeda americana subiu forte, com uma alta de 1,42%, alcançando R$ 5,32.
Os juros futuros (DIs) também subiram, com os vencimentos de 2026 a 2029 saltaram mais de 3%.
Declarações de Haddad no final do dia pioraram o resultado
No final do pregão o mercado piorou ainda mais o resultado após declarações feitas por Haddad.
No começo do dia, Haddad tinha realizado uma reunião de portas fechadas com o diretor-presidente do banco Santander, Mario Roberto Opice Leão, e outros convidados da instituição financeira.
Segundo fontes que participaram da reunião, Haddad teria deixado entender que mudanças no arcabouço fiscal poderiam ser realizadas a depender do aval do presidente Lula.
O mercado reagiu muito mal à essa notícia, e Haddad foi obrigado a desmentir, declarando que a informação era “falsa”.
De última hora, o Ministério da Fazenda convocou entrevista coletiva, declarando que deve “enviar até o final do mês decreto de regulamentação da meta de inflação”.
Segundo Haddad, a meta vai passar do modelo de ano-calendário, vigente hoje, para um modelo de meta contínua.
“Vai ser antes da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN)“, disse Haddad, “Conforme eu já tinha dito, não tem nenhuma pretensão de eu tomar uma decisão diferente da que já foi tomada no ano passado.”
Fonte: Revista Oeste