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Indiciamento de ministro de Lula ‘escancara mau uso’ do dinheiro público, afirma Folha

Para jornal, é ‘sintomático’ que o presidente não tenha afastado Juscelino Filho

O indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por parte da Polícia Federal (PF) é, no mínimo, um “uso opaco do dinheiro do contribuinte, sem avaliação de mérito e propriedade, muito menos atenção a critérios de impessoalidade”, segundo editoral do jornal Folha de São Paulo, publicado neste domingo, 16.

Na quarta-feira 12, o ministro foi indiciado por suspeita de corrupção passiva, organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. A PF concluiu que Juscelino Filho faz parte de uma organização criminosa e cometeu corrupção passiva relacionada a desvios de recursos de obras de pavimentação de ruas em Vitorino Freire (MA) financiadas pela Codevasf. A cidade é governada por Luanna Rezende, irmã de Filho.

Conforme o editorial, o indiciamento é somente um exemplo dos “danos potenciais da multiplicação desarvorada, nos últimos anos, de despesas de execução obrigatória incluídas por deputados e senadores no Orçamento federal. Mesmo que não venha a ser comprovado dolo, o caso é vexatório.”

“É sintomático que Luiz Inácio Lula da Silva não tenha afastado seu ministro indiciado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e fraude em licitação”, argumentou a Folha. “Sem normas mínimas de transparência para controle e gestão desses gastos, novos escândalos virão.”

Quando era deputado federal, Filho enviou emendas para obras na cidade comandada por sua irmã. Mas, segundo a Controladoria-Geral da União, parte da verba beneficiou propriedades da família do ministro.

A Codevasf é um dos principais destinos de emendas de alguns parlamentares. De acordo com a Folga, os valores pagos aos redutos políticos correspondem cerca de metade dos mais de R$ 2 bilhões a serem desembolsados pela Codevasf neste ano.

O valor, contudo, é apenas uma parte dos R$ 33,6 bi em emendas individuais e coletivas obrigatórias previstas no Orçamento de 2024. Além disso, o montante mostra as mudanças na forma de governar o país, conhecido, segundo o jornal, como “presidencialismo de coalizão”, marcando a redução de poder do Executivo.

Fonte: Revista Oeste

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