Norte e Nordeste foram as regiões com maior dificuldade de acesso a comida
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) revelam que uma em cada quatro residências do país — o que representa 64,1 milhões de pessoas — sofreu com insegurança alimentar no primeiro ano do governo Lula (PT). Isso significa que esses brasileiros viveram com fome ou sob o medo de não ter o que comer durante o ano de 2023. A análise foi divulgada nesta quinta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Do total de pessoas que viviam nesses domicílios, quase 12 milhões enfrentavam grande dificuldade de acesso a comida, enquanto outros 8,6 milhões beiravam a fome.
De acordo com o Pnad, o Brasil tinha 27,6% (ou 21,6 milhões) dos seus domicílios em situação de insegurança alimentar em 2023. Desses, 18,2% (ou 14,3 milhões) encontravam-se em situação de insegurança alimentar leve, 5,3% (ou 4,2 milhões) em insegurança alimentar moderada e 4,1% (ou 3,2 milhões) com insegurança alimentar grave.
Em 48,3% dos domicílios do país, a pessoa responsável era um homem, e em 51,7%, a pessoa responsável era uma mulher. No entanto, entre os domicílios com insegurança alimentar, 59,4% eram chefiados por mulheres e 40,6%, por homens, uma diferença de 18,8 pontos porcentuais.
Outra constatação da pesquisa é que em mais da metade dos domicílios (50,9%) com insegurança alimentar moderada ou grave, o rendimento domiciliar per capita era inferior a meio salário mínimo.
Insegurança alimentar no Norte e no Nordeste
Apesar de apresentarem mais da metade dos moradores com acesso pleno e regular aos alimentos, considerando aspectos qualitativos e quantitativos, as Regiões Norte (60,3%) e Nordeste (61,2%) tiveram as maiores proporções de domicílios com insegurança alimentar.
Esses valores correspondem, em número de domicílios, a 3,6 milhões no Norte e 12,7 milhões no Nordeste.
O Sul foi a região com maior participação de domicílios em segurança alimentar (83,4%), com cerca de 9,7 milhões de residências nessa situação. As Regiões Centro-Oeste (75,7%) e Sudeste (77,0%) também tiveram bem mais que a metade dos seus domicílios em segurança alimentar.
Realizada pelo IBGE com o apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, a pesquisa teve como referencial metodológico a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), que permite a identificação e a classificação dos domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores.
Fonte: Revista Oeste