Domingos Sávio (PL-MG) criticou decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
A mais recente investigação da Polícia Federal (PF), que mirou Jair Bolsonaro e aliados do ex-presidente não passa de um jogo de cena, conforme o deputado Domingos Sávio (PL-MG). Na quinta-feira 8, agentes iniciaram a Operação Tempus Veritatis, para apurar uma suposta tentativa de golpe de Estado.
“Na minha opinião, com a desculpa de que estão defendendo a democracia, estão instalando a ditadura” afirmou na noite de domingo 11, a Oeste.
Sávio tem criticado as posturas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela investigação. Domingos considera arbitrárias as decisões do juiz do STF.
Em 22 de janeiro, Domingos havia conclamado os parlamentares considerados de centro a se unirem em um manifesto de repúdio contra Moraes. Ele se referia às ações de busca e apreensão na residência e no gabinete do deputado Carlos Jordy (PL-RJ), em investigações sobre uma suposta participação dele nos atos de 8 de janeiro de 2023.
“A reação deve ser imparcial e legalista por parte de todos os homens e mulheres de bem que estão no Parlamento”, ressaltou na ocasião o deputado federal. “Portanto, espero que, além da oposição que atualmente é vítima de perseguição deste ministro, boa parte de parlamentares de centro se una a nós em defesa da verdadeira e única democracia, que é onde todos são iguais perante a lei, inclusive os juízes.”
Na mais recente operação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve de entregar seu passaporte à PF. Foram presos Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, além dos militares Rafael Martins, tenente-coronel do Exército, e Marcelo Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente.
Na madrugada de domingo, foi a vez de o coronel do Exército, Bernardo Romão Correa Neto, ser detido. Ele estava nos Estados Unidos desde o fim do governo Bolsonaro, quando foi enviado para uma missão do Exército no exterior com término em junho de 2025.
Ao chegar a Brasília, passou por audiência e foi encaminhado para ficar sob custódia da Polícia do Exército no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL também havia sido preso na quinta-feira, mas por outro motivo. Os agentes encontraram ditas irregularidades em sua residência quando cumpriam buscas, como uma arma, segundo eles, com documentação irregular e uma pepita de ouro que estaria em sua posse sem autorização.
Liberdade a Costa Neto em meio à investigação contra Bolsonaro
Moraes autorizou a liberdade provisória de Costa Neto. Além disso, um parecer da Procuradoria-Geral da República solicitou a soltura dele, em função da idade (74 anos) e pelo fato de os supostos crimes não estarem relacionados ao uso de violência nem ameaça.
O ministro do STF também autorizou a divulgação de gravação do dia 5 de julho de 2022, apreendida na casa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Nas imagens, Bolsonaro se mostra irritado e xinga o então candidato a presidente, Lula, de “Satanás”. “Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil”, disse. “Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições.”
O vídeo foi citado na investigação da PF, que apura as suspeitas de um plano de golpe de Estado para impedir a vitória de Lula.
Fonte: Revista Oeste