O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que seu país está disposto a apoiar a criação de uma moeda latino-americana. A afirmação foi feita em seu perfil no Twitter na segunda-feira 23, em resposta à proposta divulgada pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Argentina, Alberto Fernández.
No sábado, dois dias antes de se encontrarem em Buenos Aires, Lula e Fernández publicaram um artigo conjunto no jornal argentino Perfil afirmando a intenção de desenvolver uma moeda comum, sem muitos detalhes de como funcionaria. Não se sabe sequer se englobaria apenas os dois países ou toda a América Latina.
O ministro da Fazenda argentino, Sérgio Massa, afirma que seria uma moeda comum entre os dois países para ser usada apenas em negociações comerciais, e não substituiria o peso nem o real. Pronunciamento semelhante fez o ministro brasileiro, Fernando Haddad. “Não se trata da ideia de uma moeda única”, declarou, afirmando que “houve enorme confusão na imprensa brasileira e internacional”.
“Trata-se de avançarmos nos instrumentos previstos e que não funcionaram a contento, nem pagamento em moeda local e nem os CCRs dão hoje uma garantia de que podemos avançar no comércio da maneira como pretendem os presidentes”, declarou Haddad, segundo a Agência Brasil. De acordo com o ministro, a moeda comum ainda será discutida por um grupo de trabalho, ao longo de vários anos.
Para Maduro, no entanto, uma moeda do bloco seria bem-vinda, como publicou em seu perfil no Twitter. “A Venezuela está disposta a apoiar a iniciativa de criar uma moeda latino-americana e caribenha. Nosso caminho é: independência, união e libertação do continente! Nada nem ninguém vai nos parar.”
O ditador venezuelano se encontraria com Lula na segunda-feira, mas acabou desmarcando o compromisso, com a alegação de que os integrantes do governo da Venezuela não poderiam garantir as condições necessárias à segurança de Maduro durante sua estadia na Argentina.
A reunião deveria abordar a situação da Venezuela em relação ao Mercosul, visto que o país foi suspenso do bloco econômico em 2016.
Fonte: Revista Oeste