Os militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que prestaram depoimento à Polícia Federal no domingo 23 citaram “risco de vida” para justificar a ação dentro do Palácio do Planalto em 8 de janeiro. Ontem a PF ouviu nove servidores que estavam no palácio e apareceram nas imagens no dia dos atos de vandalismo.
Um dos militares afirmou à PF que usou técnicas de gerenciamento de crise ao oferecer água aos manifestantes. Ele aparece nas imagens levando garrafas de água aos invasores.
Os agentes ainda ouviram dos militares argumentações como a de que o alto número de manifestantes diante do baixo efetivo do GSI impossibilitou mais ações.
Ainda conforme os depoimentos, divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, os militares tentaram combater os vândalos começando dos andares superiores, empurrando para baixo.
As oitivas foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e fazem parte do inquérito que investiga as ações no dia 8 de janeiro.
Na sexta-feira 21, o ex-ministro-chefe do GSI Gonçalves Dias prestou depoimento à PF. O general aparece nas imagens do 8 de janeiro circulando entre os invasores dentro do Planalto. Ele pediu demissão na quarta-feira 19, depois que as imagens vieram à tona.
Conforme o general, houve “um apagão geral no sistema, pela falta de informações para a tomada de decisões” sobre os episódios. Dias também negou ter recebido informações de maneira antecipada da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O ex-chefe do GSI foi interpelado sobre o motivo de não ter efetuado as prisões dos invasores. O general declarou que “estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois era o protocolo; que não tinha condições materiais de sozinho efetuar prisão”.
Fonte: Revista OEste