A ministra da Saúde, Nísia Trindade, prometeu revogar portarias e notas técnicas que “ofendem a ciência, os direitos humanos, sexuais e reprodutivos”. As orientações da pasta sobre a cloroquina e hidroxicloroquina estão entre as normas que vão acabar. “Contrariam a recomendação científica”, disse Nísia.
Esses remédios são usadas por pacientes com coronavírus que optam pelo tratamento precoce. Publicado em agosto de 2022, um estudo constatou que o uso preventivo dos medicamentos reduz em 30% o agravamento da covid-19.
Os autores da pesquisa lamentaram a falta de mais trabalhos científicos sobre o caso. “No início da pandemia, houve uma conclusão prematura de que a hidroxicloroquina não tinha efeito profilático, quando a conclusão correta seria que o efeito estimado era muito impreciso”, informa o estudo.
Nísia também prometeu pôr fim a outros dispositivo. Na área da saúde mental, a ministra opõe-se a “atos que contrariam os preceitos de humanização da luta antimanicomial”. No que diz respeito à “saúde da mulher e da criança”, Nísia quer revogar “normas que enfraqueceram políticas na área”.
Depois de criticar a cloroquina, a ministra aproveitou para atacar o governo Bolsonaro. “Foi um período de obscurantismo, de negação da ciência e da cultura, que destruiu valores emancipatórios”, disse Nísia.
Fonte: Revista Oeste