Faltando dois dias para a filiação do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ao Podemos, o ex-juiz federal ainda é visto como uma incógnita entre pré-candidatos à presidência da República. Ele terá que viabilizar o seu nome enfrentando ao menos outros quatro pré-candidatos que se lançam como alternativa ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ex-presidente Lula (PT).
Um destes fatores seria o abandono à carreira de juiz para se tornar ministro da Justiça no governo de Bolsonaro e também por ter sido considerado “parcial” pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do ex-presidente Lula na condução da investigação da Operação Lava Jato.
Outro fator que pode pesar na desconfiança de outros partidos para um eventual apoio a Moro seria a saída do ex-juiz do Ministério da Justiça, um ano e quatro meses após assumir o cargo. Ele pediu demissão após ter discordâncias com Bolsonaro e deixou o cargo com uma série de denúncias ao Governo Federal.
Ao menos seis partidos de centro e de centro-direita, segundo a Folha de São Paulo, estariam receosos com a inserção de Moro nas eleições de 2022. Para iniciar conversas e se construir como uma terceira-via, o ex-ministro teria que “descer do salto” para conversar de igual para igual com outros pré-candidatos à presidência da República.
Ele terá que se viabilizar ao lado dos governadores João Dória e Eduardo Leite (ambos do PSDB), que disputam as prévias no partido; a senadora Simone Tebet (MDB); o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta (Democratas); o senador Alessandro Vieira (Cidadania) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que tem acenado à direita.
Fonte: Jornal Opção