Grupo cobra ações por parte do governo federal
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou, por meio de nota, que voltou a invadir neste domingo, 14, uma área de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semiárido, em Petrolina (PE). Militantes do grupo também invadiram uma segunda área da Codevasf, utilizada pela Embrapa também no município pernambucano.
As invasões, de acordo com o movimento, fazem parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária. A ação é conhecida como “Abril Vermelho”.
O movimento não informou o número de famílias presentes na invasão. O grupo alega que a área de 1,5 mil hectares é “improdutiva, ociosa e abandonada” e a reivindica para desapropriação e assentamento.
A ação do MST ocorre às vésperas do lançamento pelo governo federal do Programa Terra para Gente para acelerar o assentamento de famílias no país que será anunciado nesta segunda-feira, 15, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, no Palácio do Planalto.
O programa é uma promessa feita no ano passado pelo presidente Lula, que quer uma “prateleira de terras” improdutivas e devolutas para destinar à reforma agrária e à demarcação para quilombolas. A tentativa do governo é frear a onda de invasões do movimento prevista para este mês.
As fazendas da Embrapa invadidas pelo MST
Uma das áreas invadida pelo movimento é da Embrapa. A empresa é ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, e, portanto, do governo federal.
O movimento também promove invasão em área de pesquisa da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em uma fazenda em Itabela, no extremo sul da Bahia. A unidade invadida pelo movimento, que a considera improdutiva, é um imóvel público Estação de Zootecnia do Extremo Sul, vinculada à Ceplac, que desenvolve pesquisa com gramíneas e pastagens há mais de 40 anos.
Em nota, o MST afirma que “exige que o governo cumpra os acordos”. O militante Jaime Amorim, da direção nacional do MST, afirmou que, além das áreas da Embrapa, o movimento invadiu uma área na zona da mata norte do Estado, remanescente da Usina Maravilha — área que está em desapropriação.
Em 2023, o movimento invadiu áreas da Embrapa Semiárido em duas ocasiões, em abril e julho, e deixou as propriedades somente depois de determinação judicial. Agora, o MST pede o cumprimento de acordo feito com o governo federal.
“No ano passado, nós saímos da Embrapa com um compromisso do governo federal, assinado em pauta, de assentar 1.316 famílias que estavam na Embrapa”, disse Amorim, em vídeo. “Foram mais de dezessete pontos acertados e nenhum foi cumprido. É muita irresponsabilidade a forma que estão tratando a reforma agrária.”
Fonte: Revista Oeste