DEM e PSL realizam convenção conjunta nesta quarta (6) para sacramentar um namoro de longa data, e que resultou na fusão entre os dois partidos. Mas em Goiás a engenharia política desta fusão ainda haverá de ser melhor esclarecida nos próximos meses. Políticos das duas legendas tiveram divergências recentes e deve haver disputa por comandos nos diretórios no interior do Estado. De qualquer forma, é uma sigla que nasce forte em Goiás, com governador, 82 prefeitos (77 do DEM e cinco do PSL), quatro deputados federais (dois de cada sigla), sete estaduais (quatro do DEM e três do PSL) e centenas de vereadores.
Esse números, claro, tendem a mudar. Com a força que o partido terá, o que impacta no fundo eleitoral e também no tempo de rádio e TV, novos nomes devem buscar filiação – e outros podem sair, caso os conflitos regionais se mostrem incontornáveis.
Já está definido que o presidente nacional do DEM, ex-prefeito de Salvador ACM Neto, será o secretário-geral da nova legenda. Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, seria o presidente do União Brasil. Além disso, a legenda terá o número 44 na urna.
Nos Estados, assume quem for governador por uma das siglas. É o caso de Ronaldo Caiado em Goiás. Onde não há chefes de poder Executivo estaduais ou municipais, haverá debates. Em um primeiro momento, a discussão aponta para que o comando seja de deputados federais e prováveis candidatos ao governo do Estado.
Oposições internas a Caiado
Com a fusão, adversãrios do governador Ronaldo Caiado (DEM) passarão a ser companheiros de partido. Os deputados estaduais delegado Humberto Teófilo, Paulo Trabalho e Major Araújo – todos do PSL – estão entre os críticos do governador. O deputado federal Major Vitor Hugo (PSL) inclusive articula pré-candidatura ao governo como oposição a Caiado em 2022.
Nenhum deles, claro, desconhece a fusão. Na janela partidária, no ano que vem, todos devem ter a opção de permanecer ou deixar a sigla, o que é mais provável. A atual presidência do PSL em Goiás não parece ter interesse em expulsão. Então, caberá a eles a resposta, no momento certo.
Conflitos pelo Estado
É possível que ocorram outros conflitos, relacionados às bases coincidentes de deputados estaduais e federais. A disputa por espaço deve ocorrer em todo o Estado, uma vez que serão quatro deputados federais e sete estaduais – podendo ou não pleitear a reeleição.
O deputado mais votado de Goiás em 2018 (e 2014), delegado Waldir, por exemplo, teve votos nas urnas espalhadas por todo o Estado. Contudo, 13,72% dos eleitores de Goiânia destinaram votos a ele: foram 93.287 votos na capital. Zacharias Calil (DEM), por sua vez, garantiu 12,95% dos votos da capital: 87.991 confirmações de confiança dos goianienses.
Já Zé Mario Schreiner, do DEM, foi forte em Mineiros, onde teve 48,95% dos votos da cidade (12.667); enquanto Vitor Hugo pulverizou por diversas cidades – ele teve 31.190 votos em todo o Estado, ocupando a última cadeira por Goiás.
Fonte: Mais Goiás