Réu por estelionato em Goiás, o pastor goiano Osório José Lopes é investigado pela Polícia Civil por aplicar golpes milionários. Na última sexta-feira (11), ele foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelo mesmo crime.
O homem – que diz ser religioso, mas não é ligado a nenhuma igreja – ostentava uma vida de luxo com o dinheiro dos golpes e chegou a prometer, por meio de documento em nome dele, retorno financeiro de R$ 2 quatrilhões para as vítimas.
Essa quantia é maior do que a fortuna das dez pessoas mais ricas do mundo (Forbes). Segundo a Polícia Civil, ele cobrava um valor das vítimas e prometia retornos bilionários. As informações são de reportagem do Fantástico.
Ao G1, o delegado Marco Antônio Maia disse que o pastor chegou a usar um helicóptero para fazer um trajeto de 180 km. “Em Leopoldo de Bulhões, ele tinha uma casa de luxo e ia de helicóptero para os cultos em Goianésia. Usava carros de luxo e tinha seguranças, joias. Essa aeronave era alugada, usava só para enganar os fiéis”, declarou ao site.
Denúncia
Como mencionado, Osório já é réu em Goiás por estelionato e chegou a ficar 30 dias na cadeia, em 2018. Ele foi preso com outro pastor pela suspeita de obter R$ 15 milhões aplicando golpes em fiéis de Goianésia – eles diziam terem recebido um título de R$ 1 bi, mas precisavam de fundos para recebe-lo. Naquele mesmo ano se tornou réu, mas responde em liberdade.
Com isso, segundo a Polícia Civil, aproveitou para continuar o esquema e fez vítimas em outros estados, sendo denunciado pelo Ministério Público de São Paulo na última sexta-feira pelo mesmo crime. Segundo a polícia, em Goiás ele deu prejuízo de, pelo menos, R$ 15 milhões.
Ele atraía as vítimas por vídeos nas redes sociais e dizia ter dinheiro no Tesouro Mundial para repartir. Contudo, pedia ajuda financeira dos fiéis. Em 2014, um eletricista chegou a entrar a única casa que possuía, de R$ 250 mil, por um cheque de R$ 2,5 milhões que nunca conseguiu descontar. Em 2021 ele conseguiu reaver a casa.
Golpes
Segundo reportagem do Fantástico, do último domingo (13), o religioso publicava quase um vídeo por dia para atrair novas vítimas. Ele atuava em um condomínio de luxo de São Paulo. “Já tem ordens de um governo mundial sobre esse regimento financeiro determinando datas para finalizar. Isso eu estou dizendo e eu posso cair morto nessa mesa”, declarou em um dos vídeos.
“Em 2011, eu orei por um moço, um milionário do Brasil. Sabe o que é dinheiro? Não é um milhão, dois. É bilionário”, disse em outro. Segundo ele, em troca recebeu papéis que valeriam muito dinheiro, que seria repartido com as vítimas.
“Um emblema do Banco Mundial com os timbres, com selos. Só que a maioria era escrito em inglês, a maioria filipino e a maioria da coreia do sul. E eu não entendia nada. Ele disse: ‘pastor, isso aqui é uma Letra do Tesouro Mundial. É dinheiro que o senhor nunca mais vai passar fome.”
O Banco Central e o Tesouro Nacional informam que Letra do Tesouro Mundial é um título que não existe. O promotor de São Paulo, Arthur Pinto de Lemos Junior, disse que os vídeos apresentavam práticas fraudulentas na promessa de lucro absurdo.
Osório se manifestou pelas redes sociais: “Não tenho vergonha de dizer que lá atrás eu fiz coisas erradas. Erradas porque não tive orientação jurídica. Estamos entrando com recursos para provar que somos inocentes. Eu nunca neguei que tenho as minhas dívidas e tenho os meus combinados, que não foram ainda cumpridos mas espera de ser cumpridos, muito breve.”
Fonte: Mais Goiás