Previsão indica mais chuva para o Estado no início desta semana
Quase um mês depois da primeira tempestade, o Rio Grande do Sul (RS) ainda sofre as consequências da chuva. Neste domingo, 26, o governo informou que 12% dos estudantes de escolas estaduais — mais de 91 mil — continuam sem previsão de retorno às aulas, e 100 mil pontos permanecem sem energia elétrica.
Segundo o governo de Eduardo Leite (PSDB), dos 781 mil alunos matriculados na rede estadual, 500 mil (67%) já retornaram às aulas. Outros 155 mil (21%) devem voltar a partir desta segunda-feira, 27.
Escolas servem de abrigo
Nas últimas semanas, 2.340 escolas de 250 municípios fecharam. Dessas, 1.752 (75%) reabriram. Algumas estão sendo usadas como abrigos, o que impede a retomada das aulas.
Devido à previsão de mais chuvas, o governo gaúcho suspendeu as atividades nas escolas estaduais de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande nesta segunda-feira, 27, e terça-feira 28. As prefeituras dessas cidades também cancelaram as aulas na rede municipal. Em Porto Alegre, escolas privadas também ficarão fechadas.
Mais de 100 mil pontos seguem sem energia elétrica, conforme boletim do governo divulgado neste domingo. A distribuição é feita pelas empresas CEEE Grupo Equatorial e RGE Sul, da CPFL Energia.
Empresas de energia atuam para restabelecer serviço
Os serviços da CEEE Grupo Equatorial estão interrompidos em 43.646 pontos, abrangendo 2,2% dos clientes da empresa.
Na quinta-feira 23, a CEEE informou que 33 mil clientes estavam sem energia em Porto Alegre — em 31 mil casos, os desligamentos ocorreram por segurança, a pedido da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da prefeitura.
A empresa afirma operar dia e noite para “alinhar ações conjuntas para minimizar riscos e restabelecer a energia elétrica dos gaúchos com a máxima agilidade e segurança”.
O grupo atua em 72 municípios das regiões Metropolitana, Sul, Centro-Sul, Campanha, Litoral Norte e Litoral Sul, e atende quase 1,8 milhão de clientes.
Já a RGE Sul, que atende 381 municípios, tem cerca de 68 mil pontos sem energia elétrica (2,2% dos clientes), segundo o governo estadual. No auge da crise, o serviço foi interrompido para 315,2 mil clientes.
A distribuidora informou que as regiões mais afetadas são a Metropolitana (46 mil), o Vale dos Sinos (16,1 mil), o Taquari (4 mil) e o Rio Pardo (2,6 mil).
A RGE trabalha para normalizar o fornecimento rapidamente, mas enfrenta desafios como bloqueios em estradas estaduais e federais, que impedem o tráfego de veículos com postes, transformadores e outros equipamentos.
Além da falta de energia, clientes da operadora de telefonia Vivo enfrentam problemas com serviços de telefonia e internet em alguns municípios, segundo o governo do RS. Tim e Claro operam normalmente.
Previsão de chuvas intensas no RS
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê um início de semana chuvoso no RS.
Nesta segunda-feira, uma área de baixa pressão poderá causar chuvas volumosas nas regiões Sul, onde ficam Pelotas e Rio Grande, e na Campanha, que inclui cidades como Uruguaiana e Bagé. A Região Metropolitana, inclusive Porto Alegre, também deve ser afetada.
A previsão é de precipitação entre 100 e 200 milímetros. Na terça-feira, o sistema deve enfraquecer, o que vai deixar as chuvas mais fracas e localizadas na Serra Gaúcha.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou mais três mortes neste domingo, 26, totalizando 169 óbitos devido às chuvas. O número pode aumentar, com 56 desaparecidos e 806 feridos.
Ao todo, 469 municípios foram afetados, 55.813 pessoas continuam desabrigadas e 581.638 estão desalojadas. O governo gaúcho resgatou 77.711 pessoas.
O nível do Rio Guaíba permaneceu acima dos 4 metros durante o fim de semana. No final da tarde deste domingo, ele atingiu 4,04 metros às 17h15 no Cais Mauá, em Porto Alegre, onde a cota de inundação é de 3 metros.
Fonte: Revista Oeste