Os advogados do empresário Roberto Mantovani, suspeito de hostilizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, pediram uma nova perícia de imagens sobre o episódio ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF).
Ralph Tórtima Stettinger Filho, advogado responsável pela defesa do empresário, considera que há divergências entre as análises das imagens de câmeras realizadas pela PF e pela polícia italiana.
O empresário é acusado de agredir fisicamente o filho do ministro, Alexandre Barci de Moraes. A vítima teria tido os óculos derrubados depois da suposta agressão.
As imagens mostram quando Mantovani discute com os Moraes. Para a polícia brasileira, “Roberto levantou a mão e, aparentemente, chegou a bater no rosto da vítima [Alexandre Barci], que teve óculos deslocados (ou caídos no rosto)”, como consta no documento da defesa, obtido por Oeste.
Já segundo a análise da polícia italiana, Mantovani teria apenas encostado nos óculos de Barci. “Nessa circunstância, esse último [Barci], provavelmente exasperado pelas agressões verbais recebidas, estendia o membro superior esquerdo, passando bem perto da nuca do antagonista [Mantovani], que, ao mesmo tempo, fazia a mesma ação utilizando o braço direito, impactando levemente os óculos de Alexandre Barci de Moraes”, descreve a análise da autoridade italiana.
Defesa considera possível reação de ‘legítima defesa’
O advogado do empresário disse, em documento enviado à Polícia Federal, que a ação de Mantovani em levantar o braço seria uma reação de “legítima defesa ou até mesmo retorsão humana inevitável”. Barci teria levantado a mão próximo a nuca do acusado antes da possível agressão.
Para a defesa do acusado, há “inequívoca contradição” na análise das imagens feitas pelas polícias brasileira e italiana. Por esse motivo, ele pediu ao Instituto Nacional de Criminalística da PF que o arquivo seja submetido a novas análises.
Dias Toffoli, também ministro do STF, derrubou o sigilo das investigações, mas o manteve sobre as imagens que vêm sendo analisadas. Todos os envolvidos negam ter cometido agressões.
Fonte: revista OEste