Pré-candidato ao Governo de Goiás, o deputado Major Vitor Hugo (PL) não vai poder presidir a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), a mais cobiçada da Câmara Federal. Isso porque o colegiado decidiu que a comissão será dirigida este ano pelo União Brasil, partido que em Goiás é presidido pelo governador e pré-candidato a reeleição Ronaldo Caiado. Como antecipou o Jornal Opção, o parlamentar condicionou a ida dele para a agremiação do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao compromisso de o Bloco PP, PSD, PL, PSL, Avante, Patriota, Podemos, Republicanos, PSC, PTB e Pros, o indicar para a presidência da CCJ. À época, ele declarou que, até então, este era o principal motivo pelo qual ainda não tinha tido a ficha de filiação abonada pelos liberais.
“A autorização [para se filiar ao PL] eu já tenho, já conversei com o Valdemar [da Costa Neto, presidente da sigla], tenho anuência, estou só aguardando resolver essa situação, porque se trata de um acordo que foi construído na eleição do presidente [Arthur] Lira. Foi acertado uma parte da presidência das comissões para a ala bolsonarista nas quatro comissões mais a CMO [Comissão Mista de Orçamento] neste ano, e a primeira secretaria mais a ouvidoria para a ala bivarista, além da liderança do PSL para a ala bolsonarista a partir do segundo ano”, explicou o deputado. Apesar de ter mudado de sigla, o PL faz parte do mesmo bloco do antigo PSL, o bloco que elegeu Arthur Lira presidente da Casa. O deputado, portanto, não corre o risco de perder a cadeira na Comissão, porque as prerrogativas de todo partido são passadas para o bloco. Ele, porém, tinha a intenção de sanar aquela situação antes de ter migrado para o PL.
Indefinição
Ainda não há uma definição sobre quem será o presidente da comissão. São cotados para a cadeira os deputados Juscelino Filho (UB-MA) e Arthur Maia (UB-BA). Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o comando da maioria das comissões foi acertado na mesma reunião, ocorrida na noite de segunda-feira, 11, e a maior parte da composição do ano passado será mantida, mas ainda faltam “alguns ajustes” entre partidos.
Após as indicações pelos partidos, os nomes dos presidentes das comissões ainda precisam ser confirmados em uma eleição a ser realizada entre os membros de cada uma. Pelo regimento da Casa, as siglas com maior representação têm prioridade na escolha das comissões, exceto quando há um acordo diferente entre as bancadas. Para esse cálculo, é considerada a bancada eleita em 2018 — ou seja, mudanças feitas durante a janela partidária, por exemplo, não são consideradas. A divisão também leva em conta a formação de blocos.
Fonte: Jornal Opção