A prefeitura de Goiatuba, município a 180 quilômetros de Goiânia, constatou que não houve irregularidades por parte da funerária que esperou três dias para enterrar o corpo do pastor que havia afirmado, em documento, que ressuscitaria após sua morte. O processo que havia sido aberto contra a funerária foi arquivado no final da última semana após a correção de um erro embasado numa norma extinta da Anvisa.
O órgão municipal havia informado que a Funerária Paz Universal poderia sofrer punições devido ao fato de ter esperado três dias para enterrar o pastor Huber Carlos Rodrigues, a pedido da viúva. Isso, porque o pastor havia deixado um “documento” pedindo que seu corpo não fosse sepultado após sua morte, uma vez que Deus lhe revelou que, após o prazo de três, ele ressuscitaria – o que acabou não acontecendo.
A prefeitura teria se baseado numa norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 2006, que previa que o prazo máximo de traslado entre a morte e o sepultamento do indivíduo era de 24 horas, para autuar a funerária. Porém, essa mesma norma já não estava mais vigor.
O diretor executivo da funerária Paz Universal, Wanderley Rodrigues, confirmou o arquivamento do processo 2021024122, que havia sido aberto pela prefeitura. Ainda segundo ele, a funerária atuou dentro do que prevê no artigo 1881 do Código Civil, que diz que “Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro”.
Relembre o caso do pastor que pediu para não ser enterrado, em Goiatuba
O pastor Huber Carlos Rodrigues morreu na manhã do dia 23 de outubro, sábado, vítima de complicações da Covid-19 em um hospital de Itumbiara, a 55 km de Goiatuba.
Em 2008, ele assinou um documento formalizando que teve divinas revelações do Espírito Santo e que passaria por um “mistério de Deus”, onde ressuscitaria às 23h30 – três dias após sua morte.
O desejo foi reforçado pela viúva do homem, a pastora Ana Rodrigues, e assim o corpo foi enterrado na madrugada de terça-feira (26), após o prazo de três dias terminar.
O sepultamento ocorreu por volta das 0h30, no cemitério Jardim das Acácias, debaixo de chuva. Após a repercussão, cerca de 2 mil pessoas acompanharam o desfecho do caso na porta da funerária onde o corpo do homem estava.
Fonte: Mais Goiás