O Ibama assinou um acordo de cooperação técnica com o Banco Central para troca de informações no processo de concessão e de monitoramento do crédito rural. A parceria tem potencial para dificultar os empréstimos bancários a produtores que devastam o meio ambiente.
As normas sobre o crédito rural são aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional, do qual fazem parte os presidentes do Banco Central e os ministros do Planejamento e da Fazenda. Pelo acordo firmado, o BC terá acesso a todos os sistemas do Ibama, como o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais.
A ideia é vetar a concessão de créditos para empresas que tiverem ficha suja nesses sistemas. A VEJA, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que boa parte do sistema financeiro já consulta esses dados antes de conceder crédito. O acordo com o BC visa a universalizar a prática antes da concessão do crédito.
“A ideia é fechar o cerco contra a ilegalidade”, afirma Agostinho. “A concessão de crédito é regida por regras nacionais e o sistema financeiro tem regras de compliance, os bancos são signatários do Pacto do Equador de Sustentabilidade, os bancos têm agenda ESG (environmental, social and governance) e não faz sentido você financiar a ilegalidade.”
O agronegócio é o principal motor da economia brasileira este ano. Levantamento divulgado pelo IBGE nesta terça-feira, 12, mostra que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 deve totalizar 305,4 milhões de toneladas, 16,1% maior que a safra passada. No primeiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto cresceu 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado principalmente pela agropecuária, que teve alta de 21,6% no período.
Fonte: Revista Veja