Após ser acusado de lobby por ter influência para conseguir repasses de verbas do Ministério da Educação (MEC), o pastor Gilmar Santos, que preside igreja em Goiânia, disse que nunca interferiu nas relações da pasta. Por meio de nota, o religioso repudiou as notícias da suposta participação dele em uma espécie de gabinete paralelo no Ministério.
No texto, Gilmar afirma que é ministro de confissão religiosa e pregação do evangelho há mais de 37 anos. “Em todos esses anos tenho procurado construir uma reputação ilibada, servindo a Deus […] nego a falácia de que pedi, recebi, mandei pedir, ou, de alguma forma, contribuí para o recebimento de propina ou qualquer outro ato de corrupção junto ao Ministério da Educação, bem como ao atual ministro”, escreveu.
O pastor disse, ainda, que nunca outorgou poderes de representação para qualquer pessoa, física ou jurídica, para conseguir a destinação de verbas do MEC.
“Afirmo categoricamente à sociedade brasileira que nunca houve de minha parte interferência nas relações institucionais do MEC, para com os entes municipais, seja diretamente, com seus representantes legais, ou indiretamente, por delegatários de qualquer ordem. Assim, também, é repugnante a Fake News de que sou lobista, e, com isso, atuaria no afã de receber verba pública conforme noticiado em diversos veículos de comunicação”, comentou.
Na nota, Gilmar Santos também negou que viajou com aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) ou que tenha feito qualquer pedido ao presidente Jair Bolsonaro e membros do Ministério da Educação. “A única influência que tenho é a manifestação da glória de Deus”, garantiu.
Gabinete paralelo: Entenda a polêmica do lobby de religiosos no MEC
Na segunda-feira (21), o jornal “Folha de S. Paulo” divulgou áudio em que mostra um suposto “gabinete paralelo” no Ministério da Educação. Em conversa gravada e obtida pela reportagem, o ministro Milton Ribeiro diz atende uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro e que o Governo Federal prioriza prefeitos cujos pedidos de liberação de verba foram negociados com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que teria pedido 1 kg de ouro para liberar dinheiro no MEC.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar […] porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender todos os que são amigos do pastor Gilmar”, afirma o ministro em conversa entre os religiosos e alguns prefeitos.
Em nota, o ministro da Educação negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha pedido atendimento preferencial a prefeituras apadrinhadas por pastores. Ribeiro afirmou ainda que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para avaliação da área técnica.
Após a polêmica, Gilmar disse nas redes sociais que “um dia faz declaração a outro dia”. “Aqui está o mesmo pastor Gilmar Santos para falar e viver a verdade. Este servo, que Deus sempre usou para ministrar a palavra, a cura e a inspiração […] meus amores, fiquem em paz em nome de Jesus. Meu abraço ungido para vocês”, afirmou no vídeo sem mencionar o suposto esquema no Ministério da Educação.
Fonte: Mais Goiás