Clima de tensão entre o ex-presidente e o comandante do Partido Liberal tem se intensificado nos últimos dias
O clima de tensão entre Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República, e Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, intensificou-se nos últimos dias.
A situação se agravou por causa de uma entrevista de Valdemar, em que ele fez comentários sobre as eleições municipais e sobre a corrida presidencial de 2026.
Nesta quinta-feira, 17, Bolsonaro, que cumpria agenda de campanha ao lado de Marcelo Queiroga, candidato à Prefeitura de João Pessoa, na Paraíba, falou com a imprensa e abordou o assunto.
Quando interpelado por Oeste sobre uma possível mudança na liderança do PL, Bolsonaro citou declarações feitas pelo próprio Valdemar Costa Neto a respeito da presidência do partido.
“Ouvi na imprensa que Valdemar disse que não entrega a presidência [do PL] nem que a vaca tussa”, disse Bolsonaro. “Quem está falando em entregar a presidência não sou eu, nem Rogério Marinho, nem Eduardo Bolsonaro.”
O comentário do ex-presidente ocorreu em meio a especulações sobre a substituição de Valdemar na presidência do PL em 2025. Lideranças do partido começaram a cogitar o nome do senador Rogério Marinho (PL-RN) como possível sucessor.
No último sábado, 12, o próprio Valdemar Costa Neto, durante entrevista à Jovem Pan, sugeriu Rogério Marinho como um possível nome.
“Se fosse para trocar a presidência do PL, eu iria querer que o cargo ficasse com Rogério Marinho.”
A justificativa é que Marinho não está sob investigação, não enfrenta medidas cautelares e tem boa capacidade de diálogo com outros partidos.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs restrições a Valdemar e o proibiu de manter contato com Bolsonaro. A decisão ocorreu em meio a uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Essas restrições aceleraram o debate sobre a necessidade de uma nova liderança na legenda. Nesse cenário, o nome de Marinho ganhou força.
Clima de tensão
A tensão no PL aumentou quando Valdemar, em entrevista à GloboNews, afirmou que os principais nomes da direita para as eleições de 2026 seriam Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Eduardo Bolsonaro.
“O primeiro da fila é Tarcísio”, disse Valdemar Costa Neto, na ocasião.
Em contrapartida, nesta quarta-feira, 16, Bolsonaro respondeu às declarações de Valdemar e deixou claro sua intenção de disputar as eleições presidenciais de 2026.
“Sei que não sou nada no partido, agradeço muito ao Valdemar por ser presidente de honra, mas o candidato para 2026 é Jair Messias Bolsonaro”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro em João Pessoa
O ex-presidente incluiu João Pessoa em sua agenda de apoio aos candidatos do Partido Liberal que disputam o segundo turno das eleições municipais. Na capital paraibana, ele declarou seu apoio a Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde, que concorre pela primeira vez à prefeitura, tendo Sérgio Queiroz como vice.
Durante a visita, Bolsonaro participou de uma carreata pelas principais vias da cidade e discursou para seus apoiadores. No discurso, ele enfatizou a importância de eleger Queiroga e destacou a necessidade de fortalecer sua presença política no cenário local.
Fonte: Revista Oeste