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Treze Estados têm mais beneficiados do Bolsa Família do que trabalhadores

Apenas no Maranhão, há dois habitantes recebendo o benefício para cada empregado com carteira de trabalho

Em 13 Estados brasileiros, há mais pessoas recebendo o Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS). As estatísticas foram divulgadas pelo portal Poder360 nesta última sexta-feira, 29.

Antes da pandemia, eram oito Estados com mais benefícios que empregos formais. O número subiu para dez em 2020, 12 em 2022, com o Auxílio Brasil, e 13 em 2023 — número que se manteve em 2024. Todos os Estados do Nordeste e quatro Estados do Norte se encontram nesta situação.

O Estado do Maranhão é onde a dependência do benefício é mais forte. Há 641 mil empregos com carteira assinada e cerca de 1 milhão de famílias maranhenses recebendo Bolsa Família. Ou seja: para cada empregado com carteira de trabalho, há dois habitantes recebendo o Bolsa Família.

O Estado onde essa proporção é menor é Santa Catarina, onde há dez trabalhadores no mercado formal para cada beneficiário.

Apesar das estatísticas, houve uma redução geral na proporção no último ano. Em 25 Estados, o número de beneficiários em relação aos trabalhadores com carteira assinada diminuiu. As únicas exceções foram o Distrito Federal e Santa Catarina, locais onde a proporção já era baixa.

Aumento do Bolsa Família

Em janeiro de 2020, o Brasil tinha 39,6 milhões de trabalhadores com carteira e 13,2 milhões de beneficiários do Bolsa Família. O número de beneficiários subiu para 14,5 milhões em dezembro de 2021, quando o mercado de trabalho já havia se recuperado parcialmente do baque da pandemia de covid-19.

No ano eleitoral de 2022, esse número foi ampliado para 21,6 milhões. Ao menos 3 milhões dos 7 milhões de novos beneficiários foram incluídos no programa nos 3 meses que antecederam o pleito.

A rápida expansão de 49% no número de famílias beneficiárias gerou preocupações entre os economistas, que temiam que o cadastro acelerado pudesse comprometer a eficácia do programa.

Além disso, houve um aumento temporário no valor do benefício em 2022, chegando a R$ 600. O valor tornou-se tornou permanente depois de um tempo. Em 2023, uma nova expansão elevou o valor médio para R$ 680.

O rápido aumento do Bolsa Família coincidiu com uma fragilização do trabalho em carteira assinada, com muitos trabalhadores migrando para o mercado informal. Com isso, em janeiro de 2023, para cada 2 empregos com carteira assinada, havia 1 beneficiário do Bolsa Família.

Fonte: Revista Oeste

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