Brasil tem interesse em adquirir munição pesada e blindados
O general Tomás Paiva, comandante do Exército brasileiro, deve visitar a China em junho deste ano. De acordo com a CNN Brasil, o objetivo é fortalecer os laços militares com o país asiático.
Durante sua estadia, o militar tem encontros agendados com o líder do Exército chinês, além de outras reuniões planejadas. Conforme a assessoria do Exército, o foco das discussões será o intercâmbio de informações na esfera cibernética. Há ainda o interesse do Brasil em adquirir munição pesada e blindados chineses.
Essa visita insere-se no contexto da aproximação dos membros do Brics, bloco econômico que, além de Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, expandiu-se em 2024 para incluir Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
A aproximação com a China acontece depois de o comandante Tomás Paiva ter viajado à Índia no ano anterior. À época, o Exército brasileiro mostrou interesse em um sistema de artilharia antiaéreo de média altura, uma colaboração indiano-israelense.
Comandante do Exército também irá à África do Sul
O general Tomás Paiva também planeja uma futura visita à África do Sul, enquanto a Rússia não está contemplada nas viagens do comandante por causa do conflito em curso com a Ucrânia.
A viagem ao território chinês será realizada logo depois do anúncio do Exército brasileiro sobre a aquisição de 36 veículos blindados de combate obuseiros — um investimento que se aproxima de R$ 1 bilhão.
A fabricante chinesa Norinco estava entre os finalistas da licitação, mas o contrato foi concedido à Elbit Systems, de Israel. Esse grupo foi responsável pelo desenvolvimento do sistema Atmos, que recebeu a maior pontuação do Comando Logístico do Exército e é considerado o melhor do mundo na sua categoria.
Relação da caserna com a China é antiga
Desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Exército brasileiro busca ampliar os negócios com os chineses.
Em julho de 2023, por exemplo, o Escritório de Projetos Especiais do Exército passou a discutir uma parceria com a China para produzir equipamentos bélicos no país.
Entre as prioridades estão mísseis antiaéreos, artilharia sobre rodas, sistemas de radiocomunicação definidos por software, aeronaves remotamente pilotadas, radares tridimensionais e tanques de guerra sobre lagarta — esteira que se acopla às rodas com a finalidade de aumentar a aderência ao solo.
Militares chineses visitaram o Brasil
No fim de maio, meses antes de as relações se intensificarem, uma delegação de 20 militares chineses desembarcou em Brasília. O grupo foi recebido no Quartel-General do Exército.
Os integrantes da comitiva fazem parte da Universidade de Defesa Nacional da China e assistiram a palestras sobre os programas estratégicos desenvolvidos pelo Exército Brasileiro.
A comitiva foi formada, em sua maioria, por oficiais-generais e cumpriu agenda também no Rio de Janeiro. A visita ao Brasil contou com a participação de militares chineses das três Forças Armadas e foi coordenada pelo Ministério da Defesa, pela Aditância de Defesa da China e pela Embaixada da China.
Fonte: Revista Oeste